Tuesday, October 30, 2007

Sonho



Desnuda, vês o mundo lá fora pela janela
enquanto, sem respirar, de ti me aproximo.
Te arrepias toda ao tremor do susto
quando ponho em tua nuca meu suspiro.
É nesse instante que te abraço, também nu,
o abraço que na vigília é tão improvável.
Mas, neste outro universo, tudo é possível
até mesmo o meu amor proibido por ti, amiga.
E quando percebes a rigidez que se avoluma
encaixas o centro de teu universo em mim.
Tornas o rosto na penumbra daquele quarto
e me dizes, a boca fechada, que me amas igual.
E a impropriedade de nossos atos se desfaz
em ondas de uma plenitude rara de satisfação
e luto com todas as forças contra a luz a manhã.

Rio, fevereiro de 2006

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