Tato

Insinua-se sob os panos
Minha mão adentro
O vinho nos ajuda
Nos encobre o silêncio
Forço a elástica fibra
E, com os dedos cegos,
Na ponta, a mata sinto
Teu pudor, enfim, venço
Estendo meus domínios
Rapto, assim, a rainha
O calor orvalha o gesto
Para sempre me abismo
E antes que aflore
Da flora a vergonha
E o medo detenha o pulso
Tateio, leve, o lago
Sem ar, suplicas um ai
Que não diz sim ou não
Mas, no fim, te abres
Para meu mergulho
E quando penso que vou
Sou eu quem preso vira
Abres os olhos em mim
E, faminta, me engoles
Rio, 25 de abril de 2008.
2 Comments:
"E quando penso que vou
Sou eu quem preso vira
Abres os olhos em mim
E, faminta, me engoles"
Soberbo!
Viras preso e presa?
Sim, talvez "presa" expresse melhor...
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