Todo

Seu corpo
Solto assim no espaço
Sem o calor do sangue,
Veias e ossos
Imaterial, imolecular
Vestígio apenas da história
Que ficou condensada
Na memória de quem
Sobreviveu no tempo.
Alma ampla
Espalhada agora no vazio
No algo mais
Incompreensível, integral
Bem além de
Qualquer palavra
Bem mais que
Qualquer idéia.
Rio, 11 de maio de 2008.
(para Manduka)
2 Comments:
A imagem que o texto nos causa, é um vagar no vácuo, sem dor, sem destino, a esmo. O que nos concede uma condição de escolha: irmos aonde quisermos e nos apetecer. Inclusive a não ir a lugar nenhum, se for essa a nossa escolha.
Tenho de cá pensado tantas coisas, e fiquei pensando o que uma alma livre e libertária como o Manduka se sente, diante de alguns retrocessos e desumanidades no mundo cá de baixo....?
Ainda do lado de cá, Manduka gostava de inventar mitologias e en uma delas ele dividia o universo em mundo jaburu, os das coisas mundanas e mesquinhas, e mundo patafísico, que se situava acima da nuvem de granito que separava as duas instâncias. Nós o tempo todo oscilamos entre as duas condições...
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