Sunday, October 19, 2008

No jardim perfumado

Rio, 11.10.2008. E fioi então um dia que você finalmente me levou pela mão a conhecer seu jardim. Um canto tão seu, querida amiga, tão profundamente seu, que só por me mostrar, por me fazer sentir sua relva úmida, respirar seus aromas perfumados, me colocou no centro do seu universo. Não merecia tanta intimidade, mas estava ali, diante da dádiva, o dom, que você, deusa, do alto de sua generosidade me concedia. E mesmo tendo sido um passeio fugidio, no ínterim de tantas coisas, uma brevidade, enfim, marcou-me para sempre. E tornou-se meu refúgio secreto, bem dentro de você, bem dentro de mim. Nós, ali, apenas um. Para sempre. De uma vez por todas.



E agora que tantas estradas, tantos mares e rios, e um céu de tamanho sem fim, se colocam entre nós. Agora, que suas janelas se abrem para outras brisas, mais do que nunca a idéia do seu jardim me acolhe para um cochilo na relva. Capim molhado, sol da manhã. Suor tropical. Você querida amiga, com seus sortilégios sobre meu peito. Fazendo o mundo girar, enquanto pelo mundo gira. E mais uma vez me leva pelas mãos a mundos tão imprecisos, tão desconhecidos, tão misteriosamente atraentes, como aquele que encontrei em teu jardim, quando naquele então você me abriu as portas.



Obrigado, amiga, pelas pétalas que se abrem em mais pétalas, pelos cabelos que recobrem o corpo, pela boca que me engole inteiro. Obrigado, amiga, pelo passeio no jardim perfumado.
mariposas: October 2008